domingo, 30 de maio de 2010

O que não tem mais jeito de dissimular...

   E há dias algumas boas lembranças me enchem o rosto de sorrisos. Momentos preciosos que passei com alguém que se foi de minha vida. Hoje tenho certeza que essa pessoa deveria ficar um tempo seja lá qual fosse. Um ano, um mês, o resto da vida, dois dias... Ficou quase dois anos; de convivência intensa, de amor insano, incomparável até mesmo indefinível, cerca de sete meses.


  Há seis meses estamos separados. Talvez continuemos assim a vida toda, mais um ano, um mês, dois dias, sete meses... Antes não tinha maturidade o bastante para dar valor a esses momentos que hoje me fazem rir, tinha necessidade de que eles continuassem a ser vividos constantemente sem essa interrupção e sofri, sofri porque julgava perder a cada dia mais um desses momentos de intensa felicidade. Sofri de forma egoísta estava tão entorpecida por toda aquela felicidade que perdi toda a noção de tempo, espaço, circunstancias. Estava tão feliz que julgava que ele estava feliz também. Como alguém poderia estar diferente se todo aquele amor invadia meu ser, era sentido a milhas e milhas de distância, as batidas de meu coração podiam ser ouvidas a quilômetros e não havia alguém que não se sentisse feliz ao ver-me chegar doando o mais verdadeiro sorriso vindo do fundo de meu coração bêbado de toda a felicidade do mundo. E mesmo quando seu coração emudeceu, quando as gotas de luar foram trocadas por lágrimas aquele sorriso que enchia meus lábios permanecia ao vê-lo chegar, o jeito meio desengonçado, aquele cansaço, um jeito tão doce... O sorriso surgia de uma vontade doida de abraçá-lo, tirar toda a mágoa, todo cansaço, envolve-lo em um abraço eterno onde nada nem ninguém pudessem machucá-lo, nenhum sofrimento o atingiria. Se fosse preciso eu sofreria o que fosse...

  Os abraços, os carinhos, as tentativas de diálogos que não passavam de conversas ou ainda monólogos nada adiantou. Nada tirou aquele sentimento de meu coração, nada tirou o amor da areia movediça... Nada pode salva-lo. Hemorrágico... O amor dentro dele morreu sangrando um incômodo indescritível. Quando o perdi ganhei a loucura. Todo aquele amor em meu peito e a loucura como companheira. Sem carinhos, sem brincadeiras e dancinhas, sem alguém para me ajudar em momentos difíceis, ninguém para desejar bom dia, encher de beijos, e livrar de todas as preocupações do mundo, ninguém que fizesse o mundo parar. E o amor? No mesmo lugar, inalterado, maluco.

  Pedia que voltasse que continuasse de onde havia parado que voltasse no tempo. Havia de ter um motivo, uma solução, alguém haveria de levar embora ao menos o que sobrou matar aos pouquinhos, arrancar como se arrancam as raízes das ervas para que nunca mais voltem. E quem seria?

  E o coração implorou mudo, sofreu sozinho dissimulando até quando todos descobriram as mentiras, tinham dó, achava pouco, amor vulgar, amor sem cabimento. O tempo passando e o amor fazendo pirraça. Agarrava-se em mim como  erva forte à terra disposta a permanecer até que o tempo diga o contrario e a leve para onde só ele é capaz de conduzir as ervas, os seres, os amores...

   Fui fiel mesmo quando tudo parecia para todos acabado porque, sinceramente, para mim amor não é um compromisso, não era nossa aliança e nem ao menos o título de sua namorada. Fui fiel a ele ao amor que sinto e que ninguém até hoje foi capaz de arrancar desse coraçãozinho burro. Eu sofri, tentei me reerguer e ir traindo tudo que sentia para tentar te matar um pouquinho dentro de mim. Inútil. Ridículo. Busquei um substituto para aquele que queria e vi o quão imbecil estava sendo. Não era o mesmo beijo, não era o mesmo abraço, nem ao menos houve carinho e com ele eu nunca me preocupava em quando o beijo iria acabar porque sempre tinha algo a dizer com o substituto não.

  Todas essas coisas se passaram durante todo esse tempo e mais outras tantas em minha vida familiar, na escola e em meus projetos particulares e a medida que as coisas não foram acontecendo da maneira como eu desejava, quando me vi tendo de viver a minha vida sem que ninguém estivesse ali para me amparar e tomar decisões por mim eu cresci. Tudo mudou tanto...

   Hoje o meu bem tem outra pessoa e espero, de verdade, que ela seja capaz de provocar nesse serzinho que tão bem eu quero tudo o que ele provocou em mim e que o faça a criatura mais feliz desse mundo, como um dia eu fui ao lado dele. E infelizmente meu bem não é meu, é parte de minha vida, motivo para que esse coração às vezes fique tão apertado, tão preocupado. O amor não foi para Maracangalha com Amália ainda está aqui e já não me incomoda mais. Acho que já me acostumei e hoje só quero que sejamos felizes seja como for. E que esses pensamentos de alegria, essa boa memória nunca se vá!

  O que são essas palavras? Nada perto de tudo que foi dito e do que guardo aqui dentro e nada disso tem a menor importância. Escrevi como você quis Coração da forma mais simples que pude. Apenas durma bem querido!

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