Um dos meus grandes vícios são as cores. Ao entardecer tenho mania de olhar de leste ao oeste para comparar o degradê de cores que o céu deixa a minha disposição todo o dia. Tirando a deliciosa atividade infantil de colorir desenhos (coisa que fazia com maestria) e apesar de ter uma mãe que carrega o talento da pintura na veia artística; eu nunca pintei. Meu jeito de pintar e estar, sempre que possível, conectada as cores foi com os vidros de tintas para unhas que comumente chamamos ESMALTES.
Consegui uma centena de vidrinhos e hoje ganhei de aniversário parte de uma coleção. O presente veio de uma guria super docinho que pude conhecer esse ano e ser presenteada me fez pensar em como uma pessoa se torna real.
Pretendo falar de defeitos, aspectos físicos e até mesmo de ciúmes (algo que definitivamente faz um relacionamento ser real) mas, em outra oportunidade. Hoje quero falar de vícios. Sim, vícios. Uma pessoa de verdade tem um vício. Não estou falando de dependência em cigarros e bebidas ou manias esdrúxulas como cortas os próprios pulsos. Não gostaria de amar alguém que agregou a sua existência um elemento ou hábito que a destrói, que faz mal. O encantador de pessoas de verdade são as pequenas mania ou gostos que as vezes está até alheia a consciência do próprio viciado e que enche de sorrisos e possibilidades conviver com alguém assim.
Minha mãe adora pinças e tem mania de procurar fiozinhos de cabelo pelo rosto, meu irmão adora cotonetes e uma caixinha daqueles palitinhos com algodão nas pontas o faz imensamente feliz. Conheço um lindo pela internet que adora conhecer novas cervejas, sonho um dia conhecer alguém que colecione gibis ou selos.
Isso faz uma pessoa real, as coisas que ela gosta e desconheço prazer maior nessa vida do que visualizar um sorriso em harmonia com um olhar brilhante e um ar de surpresa daquela pessoa que tanto bem você deseja ao se deparar com algo que ela procurava. Isso é amar não ter receios de amar. É atirar-se no prazer de ver o outro feliz, seja com uma pinça ou um cotonete!